Muitos negócios, pequenos ou médios, nascem a cada ano sem qualquer tipo de planejamento e o infeliz destino da maior parte destes é a falência e o prejuízo para quem investiu. Em média, quase 50% das empresas fecham as portas antes mesmo de completar 2 anos de existência, segundo pesquisa do SEBRAE. Embora fatores como a falta de capital de giro ou até mesmo de clientes possam explicar o fracasso de um negócio, muitas vezes o que falta ao micro e pequeno empresário é o planejamento do negócio, uma análise mercadológica (perfil do mercado em que deseja-se atuar) e até mesmo um perfil empreendedor, que compreende uma série de posturas e atitudes. Vamos falar mais detalhadamente sobre estes pontos abaixo.
ANÁLISE DE MERCADO:
Deve-se mostrar que se conhece muito bem o mercado consumidor do produto/serviço, através de pesquisas de mercado para saber como ele está segmentado, quais as características do consumidor, quem são os concorrentes e como eles atuam no mercado, qual a participação de mercado do empreendimento e a dos principais concorrentes, quais os riscos do negócio e etc.
A análise do mercado envolve pelo menos três dimensões: o mercado consumidor atual e potencial, os fornecedores e os concorrentes atuais e potenciais - Esta pressupõe uma reflexão acerca da procura e da oferta (demanda do mercado). Com os resultados obtidos, opte por apresentar dados estatísticos que funcionem como indicadores para a viabilidade do seu negócio, de acordo com o desenho do mercado. Ao empreendedor é essencial conhecer o cliente (público alvo), definir a área geográfica de atuação da empresa, identificar os concorrentes, enunciar os pontos fracos e vantagens em relação a eles, estabelecer fornecedores para dar resposta a todas as necessidades do negócio e delinear a estratégia de marketing.
Em verdade, a Análise de Mercado faz parte do Planejamento do negócio mas está posto aqui desta forma devido à necessidade de uma análise das possibilidades do negócio para somente depois planejar o Negócio.
PLANEJAMENTO DO NEGÓCIO:
O Plano de negócios, também chamado "plano empresarial", é um documento que especifica, em linguagem escrita, um negócio que se quer iniciar ou que já está iniciado. Geralmente é escrito por empreendedores, quando há intenção de se iniciar um negócio, mas também pode ser utilizado como ferramenta de marketing interno e de gestão. Pode ser uma representação do modelo de negócios a ser seguido. Reúne informações tabulares e escritas de como o negócio é ou deverá ser.
De acordo com o pensamento moderno, a utilização de planos estratégicos ou de negócios é um processo dinâmico, sistêmico, participativo e contínuo para a determinação dos objetivos, estratégias e ações da organização, assumindo-se como um instrumento relevante para lidar com as mudanças do meio ambiente interno e externo e para contribuir para o sucesso das organizações. É uma ferramenta que concilia a estratégia com a realidade empresarial. O plano de negócio é um documento vivo, no sentido de que deve ser constantemente atualizado para que seja útil na consecução dos objetivos dos empreendedores e de seus sócios.
Segundo E. Bolson (Empresário, fundador de cinco empresas e professor universitário), o plano de negócio "é uma obra de planejamento dinâmico que descreve um empreendimento, projeta estratégias operacionais e de inserção no mercado e prevê os resultados financeiros". Segundo o mesmo autor, a estratégia de inserção no mercado talvez seja a tarefa mais importante e crucial do planejamento de novos negócios.
Desde que o empreendedor comece a anotar o turbilhão de ideias que surgem na sua mente, torna-se mais fácil explicar e ilustrar os conceitos que vão desde os pilares até aos pormenores do negócio. Ao mesmo tempo que é mais fácil encontrar erros de raciocínio e de previsão, fica mais acessível a correção dos seguintes problemas: Sistemas de gestão mal concebidos, Pouca visão acerca do mercado, Má análise da concorrência, Plano financeiro inadequado, Não existência de um plano estratégico, dentre outros.
SER EMPREENDEDOR:
Não se nasce empreendedor, aprende-se. Você pode desenvolver características fundamentais para se dar bem nos negócios por meio de leituras, cursos e, principalmente, do contato com outros empreendedores. É necessário ter iniciativa pois o empreendedor é aquele que está sempre na frente e se antecipa aos fatos, pensando e agindo por conta própria, com criatividade e visão do futuro. Buscando sempre o diferencial (em relação à sua concorrência), inovando em produtos, serviços e ou procedimentos.
É necessário também aos empreendedores, ou futuros empreendedores, que estejam atentos às oportunidades que o mercado apresentam, percebendo tendências e ou anseios dos seus clientes e procurar atendê-los. Há, também, a oportunidade de "criar oportunidades", trazendo novas possibilidades de negócios.
Liderança - Na relação com os funcionários é indispensável motivá-los, gerar envolvimento da equipe e delegar tarefas, para que você não gaste toda a sua energia nos pontos que não são fundamentais. A liderança não é só em relação a quem trabalha para você, mas envolve clientes, fornecedores e comunidade.
Saber o que se pensa acerca do teu negócio ou teus produtos é fundamental para reconhecer seu potencial e corrigir seus pontos fracos. Uma simples conversa informal já pode lhe dar informações preciosas, mas o importante é perguntar se está faltando algo, se o cliente gostaria de algum produto que você não dispõe no momento e, refletindo sobre isso, será possível avaliar a melhor forma da mudar. É importante conhecer o mercado, os clientes, os fornecedores, a legislação especifica, para evitar problemas com a lei, e a própria concorrência.
Saber Vender - Vender é ter a capacidade de oferecer um produto da forma sedutora. Para isso, é necessário conhecer tanto o produto como o cliente, pois só assim consegue-se influenciar e incentivar uma decisão da compra. Conhecendo o perfil dos clientes e dos produtos, é possível oferecer um leque mais amplo de opções que podem fazer a diferença na vida pessoal ou profissional dos seus clientes. Já numa negociação deve prevalecer a flexibilidade, para que seja estabelecida uma relação onde os dois lados saiam ganhando.
Enfim, é necessário àquele que deseja montar seu negócio, mesmo que seja uma quitanda na esquina ou uma banca de jornais, que busque informações acerca do mesmo, do local em que pretende alocar-se, da região de atuação, concorrentes e etc, para poder evitar erros ou potencializar vantagens.
REFERÊNCIAS:
Tchau, Patrão!, Eder Bolson. Editora SENAC, Brasil. 2003.
Empreendedorismo, Transformando Idéias em Negócios, J. C. A. Dornelas. Ed. Cammpus. 2005.
Boa idéia! E agora? Plano de negócio, Fernando Dolabela, Cultura Editores, São Paulo. 2000.